Desenvolvimento Humano

11 de Abril, 2019

HÁ SENTIDO NA VIDA DOS MISERÁVEIS E SUBJUGADOS?

Vejamos dois países fictícios.

O primeiro, uma República, possui aproximadamente 12 milhões de habitantes, sendo que mais de 70% dessa população não tem acesso aos serviços básicos de saúde e somente 25% da população com mais de 15 anos, sabe ler e escrever. O analfabetismo atinge mais de 75% das mulheres e, além disso, há muita dificuldade para se obter alimento e água.

O segundo, uma ditadura pesada e controlada com mão-de-ferro, possui aproximadamente 23 milhões de habitantes, sendo que mais de 90% da população com mais de 15 anos é alfabetizada. Porém, há também dificuldade para se obter alimento.

Dentro dessas realidades, será que passa pela cabeça de algum cidadão, a preocupação ou a busca pelo sentido da vida?

A vida representa apenas a luta pela sobrevivência ou pela liberdade?

Por que viver então?

Ou ainda, lutar pela sobrevivência ou pela liberdade já é o sentido da vida para aquelas pessoas?

Pode ser, mesmo considerando a pequenez da vida que lhes são impingidas, totalmente diferente da vida da maioria das pessoas no mundo, onde há escolhas.

Lendo o livro “O Poder do Sentido” da Emily Smith, expandi minha visão sobre o tema, que traz uma abordagem rica sobre o que ela pesquisou, chegando à definição de quatro pilares que dão sentido à vida.

“1º – Pertencimento – Relacionamentos em que somos valorizados pelo que somos intrinsecamente e em que valorizamos os outros;

2º – Propósito – Tem mais a ver com o que damos do que com o que queremos, como contribuímos e nos sentimos úteis;

3º – Transcendência – Estados raros de momentos em que pairamos acima da correria do dia a dia, e nosso senso de “eu” se dissipa e nos sentimos conectados a uma realidade maior. Pode ser através da arte, religião ou da própria profissão;

4º – Storytelling – A história que contamos a nós mesmos sobre nós e que pode ser editada e reformulada à medida que vamos vivendo.”

A Emily finaliza – “Quando a vida é realmente boa ou quando as coisas estão muito ruins, ter sentido na vida nos dá algo em que podemos nos apoiar.”

Como disse também Victor Frankl, em seu livro “O Sentido da Vida”, mesmo nas piores condições de um campo de concentração, pode-se sobreviver e encontrar um sentido para a vida, um porquê viver.

Como a vida não faz graça para ninguém, ter clareza da vida que levamos ou das escolhas que fazemos e encontrar um sentido, nos fortalece e nos dá significado

por Fausto Ferreira